terça-feira, 4 de outubro de 2011

Onde fica o passado?


Há dias, fizeste uma pergunta sobre o meu passado.Respondi. Disseste-me que, se quisesse perguntar sobre o teu passado, me responderias sem qualquer problema. Tal como eu fiz. Mas, tal como te disse, nessa altura, há uma questão a ter em conta: a ti pode não fazer diferença saber coisas das relações que tive no passado; eu, porém, não quero saber sobre as tuas. Não porque não me interesse o que está relacionado contigo, mas porque me doeria saber coisas desse passado, ainda que passado. Tal como, reconheceste depois, te doeu saber algo que te contei do meu.
Não é certamente uma atitude racional, mas os sentimentos e as emoções (melhores ou piores) pouco ou nada têm de racional e, ainda que discutível e repreensível, é a forma como sinto e vejo as coisas. Não fujo do passado, mas há acontecimentos que são do passado e é lá que devem ficar, sem que haja necessidade de os remexer.
Sabes? Creio que já te disse que há momentos em que tenho a sensação que te conheço desde sempre, de outras vidas, de outros lugares. Mas sempre, ou em sonhos ou em memórias diluídas na voragem dos dias, estiveste presente em mim. Se num ou noutro momento, se numa ou noutra vida, estivemos aparentemente longe uma da outra, pouco importa o que aconteceu ou o que fizemos nesse hiato de tempo. Importa, isso sim,
que agora voltámos a encontrar-nos, importa o reencontro, a certeza de que, tal como nessas ocasiões, hoje, amanhã, daqui a séculos, tu continuarás em mim e eu em ti.
No meu passado, nas folhas escritas que contam a história da minha vida de agora e de outras vidas que eu possa ter vivido, há sempre a presença de uma borboleta que pousa suavemente e que dá à minha vida as cores vivas e intensas de um arco-íris que aparece em todos os meus dias.

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