quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Do desamor


Esta é talvez a razão, a resposta. Mas que resposta, se nem perguntas faço? Tenho em mim a solidão de mil mundos perdidos, a saudade de mil ausências... E vivo assim. Sem arrastar para as minhas incertezas alguém que tudo foi para mim. Para não cometer o maior de todos os crimes: o desAMOR.


sexta-feira, 11 de julho de 2014

Silêncios


Vesti-me de silêncios.
De palavras que ficaram por dizer.
Não ousei pedir-te que me vestisses de perguntas.
Só elas te ajudariam a despir a minha alma.
Mas tu nada perguntaste.
E eu nada respondi.



quarta-feira, 9 de julho de 2014

Do regresso


Porque nem todo o regresso é sinónimo de felicidade. Porque, por vezes, não é mais do que o reconhecimento que, em algum momento, falhámos no percurso que nos propusemos fazer. Porque me cansei de uma exposição excessiva em redes sociais onde os "amigos" se deleitam com as desgraças alheias. ..

Voltei.
Estou aqui.

De novo só.

E quem sabe se a solidão não é a minha mais fiel companhia?



segunda-feira, 9 de junho de 2014

[sobre]viver

Sempre que há um naufrágio e alguém sobrevive, os primeiros tempos são de desespero, de desorientação, de desalento. Assalta-nos a sensação de estarmos perdidos, de nada podermos fazer para alterar a nossa situação. E a tentação de nos deixarmos vencer e arrastar sem dar luta é tão forte...
Nos primeiros dias nem sabemos como estamos vivos. E saber que a nossa existência perdura não é suficiente para nós aguentarmos. Porque o fim parece-nos tão próximo... Para quê lutar? Para quê insistir? Afinal foi tudo o que fizemos até agora e o resultado é este... 
Contudo horroriza-me a inércia, a fraqueza de quem entrega tudo sem dar luta. Ainda que desconhecendo o resultado dessa luta, ainda que nós primeiros dias me tenha apetecido desistir e deixar-me arrastar,    hoje acordei com vontade de reerguer o meu barco e de, mais cedo ou mais tarde, fazer-me ao mar. 
Quase parafraseando o poeta, direi que não sei por onde vou, não sei para onde vou, mas sei que não vou por aí, pelo caminho do mais fácil. 
Navegar é algo cuja dificuldade aumenta substancialmente quando o fazemos sozinhos, mas prefiro enfrentar essa dificuldade do que arriscar levar num eventual naufrágio alguém que comigo queira navegar. 
Será uma viagem solitária, mas não será a primeira vez que tenho de o fazer. Estou por minha conta. Conheço-me e sei do que sou capaz. E vou começar do zero. Certamente com mais obstáculos do que em todas as outras viagens que já fiz, mas não vou ficar parada. Uma cadeira de rodas pode impedir-me de correr sobre as minhas pernas, mas não vai impedir-me de voar nas asas da minha vontade. 
Pelo caminho, vão ficar pessoas e memórias de momentos. É o preço que a vida nos cobra pelas escolhas que fazemos. Se já em outros tempos fui capaz de preencher a minha vida com trabalho e mais trabalho e mais trabalho, hoje serei capaz de o fazer de novo. Apenas começo do zero em todos os sentidos. Inclusive o financeiro. Mas não tenho medo. A vitória será minha. Só minha.

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Sem rumo

Apague-se de mim tudo o que não vivi.
Apaguem-se os sonhos e os castelos que ergui.
Apague-se tudo.
Apague-se eu.