domingo, 10 de novembro de 2013

Rankings


Os últimos dias têm sido mais calmos e, com o facto de ter tempos mortos para ocupar, deu-me para isto: ver as notícias do que se passa em Portugal e dar de caras com uma notícia que me deixou algo curiosa. Não, não tem nada a ver com a troika. Trata-se dos rankings das escolas. A curiosidade levou-me a querer saber em que lugar estava a minha querida Escola Portuguesa do Lubango e, no meio da pesquisa, reparei que a Escola Portuguesa Ruy Cinatti, em Díli, Timor Leste, é a última classificada das escolas portuguesas no estrangeiro. 
Em conversa com uma amiga em missão, como cooperante, por terras de Loro Sae, dizia-me ela que muito se faz por estas bandas do planeta, aqui tão perto, mas a milhares de quilómetros de Portugal, e que o que fazem os rankings deste genero mais não é que comparar o incomparável.Estes meninos, alunos da escola portuguesa em Díli, são aqueles que nasceram mais ou menos na altura dos massacres que se seguiram ao referendo em que o povo timorense escolheu ser independente e, de acordo com o que me disseram, em Timor já quase ninguém fala português. Então como esperar/comparar resultados de exames com os de alunos de países onde se fala português? Porque em Angola, apesar das especificidades linguísticas, fala-se português e, portanto, a situação é diferente.

http://videos.sapo.tl/Mwmrh1a41YINRarp7iUE

"Estes são alguns dos nossos meninos! Uma das principais razões (a principal!!!) que nos faz estar tão longe de casa." - diz quem se entrega a esta nobre missão de não deixar morrer a marca de Portugal e a língua portuguesa, pelas longínquas terras de Loro Sae. 
Fica como ponto positivo o clima que parece caracterizar a escola e o esforço destes meninos cujos pais, vivendo sob a ocupação indonésia, viveram uma infância e uma juventude marcadas pela violência.Fica também como aspeto a destacar esta vontade que caracteriza os portugueses e que nos leva a todos os lados do planeta, procurando deixar marca da nossa presença e da nossa cultura. 
Escola Portuguesa Ruy Cinatti - 1º lugar no ranking da amizade e da vontade de fazer destes meninos os construtores de Timor Loro Sae!!! 

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Da mágoa


Contraditório? Aparentemente sim. Mas, por vezes, é um mal necessário para evitar causar mágoas maiores. Dói? Tanto, que se sente como algo verdadeiramente insuportável. 

Perdoa, borboleta,
sou culpada 
de querer que uses as tuas asas 
para voar e ser
feliz.


Via dolorosa


Quando a dor nos rasga o peito e sentimos o coração em ferida, como se tivesse sido tocado por um ferro em brasa, tudo o que queremos é cair no entorpecimento de um sono tão profundo como o sono eterno. Para não sentir. 

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Home alone


Às vezes sinto-me como se estivesse numa casa com centenas, com milhares de quartos. E em cada quarto havia uma pessoa. Ou várias pessoas. 
Havia. Houve. Porque o que sinto agora é o eco distante de passos que se foram afastando, um dia após o outro. 
Houve portas que se foram fechando, deixando vazios os quartos onde antes havia vozes e risos e canções que faziam de cada dia um borbulhar constante de vida.
Não sei em que momento nem porquê os quartos foram ficando desertos. Mas pesa demais o silêncio que ficou.

Mea culpa, porque não soube fazer diferente.
Mea culpa, porque deixei que o orgulho me impedisse de dizer:
"Não partas."

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

[res]sentimentos


Houve momentos em que guardei mágoas e ressentimentos. Houve momentos em que agredi e fui agredida, magoei e fui magoada. Houve momentos em que usei desculpas e razões que nem a mim me convenciam, para justificar o injustificável.

Depois, aprendi. Quase sempre da pior maneira.

Hoje sei que o caminho não é por aí. E é suave e doce a paz que essa descoberta me trouxe.

Da tolerância


Citando Agostinho da Silva: "Entre as palavras e as ideias detesto esta: tolerância. É uma palavra das sociedades morais em face da imoralidade que utilizam. É uma ideia de desdém; parecendo celeste, é diabólica; é um revestimento de desprezo, com a agravante de muita gente que o enverga ficar com a convicção de que anda vestida de raios de sol."

Eu não preciso de tolerância, de concordância, de arrogância, ou de qualquer outra coisa acabada em -ância. 
Só preciso, só quero uma coisa:
RESPEITO.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Em [re]construção


[des]faço-me em fragilidades,
em ténues equilíbrios,
em quedas a roçar profundos abismos.
 E ainda assim...

[re]começo. Sempre.

domingo, 15 de setembro de 2013

Tantas coisas que te não disse...


A mania que temos de que tudo é eterno faz com que tantas vezes sejamos apanhados desprevenidos... Foi assim há três anos atrás. Nessa altura, se soubesse que ias partir, ter-te-ia dito tantas coisas. Ou talvez não dissesse nada. Talvez tivesse pedido apenas que me apertasses no teu abraço forte, como se fossemos um só, e adivinharias tudo o que te poderia dizer sobre o quanto te amava, o quanto eras importante na minha vida...
Mas a vida não é feita de SE's, a vida faz-se de factos e não de frases condicionais. E por muito que se diga que, quando alguém parte, fica sempre connosco, a verdade é que isso não é mais do que uma frase para mascarar a saudade que sentimos, a ausência de alguém que poderá estar algures, mas que nunca mais estará aqui para que possamos dizer-lhe "Amo-te tanto!" ou "É tão bom ter-te na minha vida!" ou para que possamos apenas encostar a cabeça no seu ombro e ficar assim, sem precisar de dizer nada, porque há momentos em que parece que as palavras ficam tão aquém do que sentimos....
Setembro nunca mais será vivido sem essa mágoa.

[Saudade de ti, pai...]