sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Home alone


Às vezes sinto-me como se estivesse numa casa com centenas, com milhares de quartos. E em cada quarto havia uma pessoa. Ou várias pessoas. 
Havia. Houve. Porque o que sinto agora é o eco distante de passos que se foram afastando, um dia após o outro. 
Houve portas que se foram fechando, deixando vazios os quartos onde antes havia vozes e risos e canções que faziam de cada dia um borbulhar constante de vida.
Não sei em que momento nem porquê os quartos foram ficando desertos. Mas pesa demais o silêncio que ficou.

Mea culpa, porque não soube fazer diferente.
Mea culpa, porque deixei que o orgulho me impedisse de dizer:
"Não partas."

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

[res]sentimentos


Houve momentos em que guardei mágoas e ressentimentos. Houve momentos em que agredi e fui agredida, magoei e fui magoada. Houve momentos em que usei desculpas e razões que nem a mim me convenciam, para justificar o injustificável.

Depois, aprendi. Quase sempre da pior maneira.

Hoje sei que o caminho não é por aí. E é suave e doce a paz que essa descoberta me trouxe.

Da tolerância


Citando Agostinho da Silva: "Entre as palavras e as ideias detesto esta: tolerância. É uma palavra das sociedades morais em face da imoralidade que utilizam. É uma ideia de desdém; parecendo celeste, é diabólica; é um revestimento de desprezo, com a agravante de muita gente que o enverga ficar com a convicção de que anda vestida de raios de sol."

Eu não preciso de tolerância, de concordância, de arrogância, ou de qualquer outra coisa acabada em -ância. 
Só preciso, só quero uma coisa:
RESPEITO.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Em [re]construção


[des]faço-me em fragilidades,
em ténues equilíbrios,
em quedas a roçar profundos abismos.
 E ainda assim...

[re]começo. Sempre.

domingo, 15 de setembro de 2013

Tantas coisas que te não disse...


A mania que temos de que tudo é eterno faz com que tantas vezes sejamos apanhados desprevenidos... Foi assim há três anos atrás. Nessa altura, se soubesse que ias partir, ter-te-ia dito tantas coisas. Ou talvez não dissesse nada. Talvez tivesse pedido apenas que me apertasses no teu abraço forte, como se fossemos um só, e adivinharias tudo o que te poderia dizer sobre o quanto te amava, o quanto eras importante na minha vida...
Mas a vida não é feita de SE's, a vida faz-se de factos e não de frases condicionais. E por muito que se diga que, quando alguém parte, fica sempre connosco, a verdade é que isso não é mais do que uma frase para mascarar a saudade que sentimos, a ausência de alguém que poderá estar algures, mas que nunca mais estará aqui para que possamos dizer-lhe "Amo-te tanto!" ou "É tão bom ter-te na minha vida!" ou para que possamos apenas encostar a cabeça no seu ombro e ficar assim, sem precisar de dizer nada, porque há momentos em que parece que as palavras ficam tão aquém do que sentimos....
Setembro nunca mais será vivido sem essa mágoa.

[Saudade de ti, pai...]