
"Nada acontece por acaso", costuma dizer uma borboleta que eu conheço. De facto, ao entrar no Blogger para escrever um post com considerações várias sobre aquilo a que eufemisticamente alguns chamam "amar diferente", apercebi-me de que este é o 100º post. WOW!!!
Para alguém que foi meio arrastado para o mundo bloggeriano nem está nada mau! E, independentemente da forma como deixámos de nos falar (e eu assumo a responsabilidade das muitas asneiras que fiz e das muitas mentiras que contei...), devo à Dani não apenas a minha iniciação na escrita bloggeriana, mas principalmente o facto de ter sido através dos blogs que conheci a mulher especial que é a Filipa. Mas isso são outras histórias, algumas das quais já aqui contadas.
O post de hoje vem na sequência de uma constatação recente e que, há uns anos atrás, me teria deixado muito mais aliviada para viver o que sou e como sou. De que falo? Da percepção que tive, através da descoberta de dezenas e dezenas de blogs (e eu nem sou propriamente leitora assídua deste tipo de escrita, nem o trabalho me deixa muita disponibilidade para ler a meia dúzia de blogs que sigo e "alimentar" os três em que sou (co)autora) de que existem dezenas e dezenas de mulheres que partilham nesta forma de escrita a experiência de amar alguém do mesmo sexo.
Saber que não estamos sozinhas na aventura do amor (que por si só já é algo complexo) por uma mulher pode não resolver nem uma ínfima parte dos problemas quase sempre inerentes a essa situação, mas ajuda muito e dá-nos o conforto de saber que, quando se ama, não há impossíveis que não possam ser vencidos.
O facto de uma mulher amar outra mulher não é, não pode nunca ser tido como uma opção: os sentimentos não são opcionais. E o EU que sou, esta pessoa que faz parte de uma família, quem tem um grupo de amigos, não é mais nem menos diferente só porque conjuga o verbo amar, tendo como complemento directo uma forma pronominal feminina. Quem ficaria chocado se eu dissesse: "Eu amo alguém"? Porquê então tanto alarme se eu disser: "Amo-a[ELA]"?
Ainda que consciente de que a maior parte das pessoas vê nisto muito mais do que uma problemática de género gramatical, quero deixar neste 100º post um abraço muito especial a todos NÓS que, acima de tudo, amamos. Porque se há algo que nunca será condenável é certamente o AMOR.